O estilo
gótico foi na realidade um aprofundamento dos elementos básicos do românico,
principalmente no que diz respeito à verticalidade. O clima religioso daquela
época favoreceu a construção de edifícios bem mais altos, que refletiam o
desejo de uma ascensão espiritual.
De modo
depreciativo foi chamada de gótico pelos estudiosos do Renascimento. Eles
relacionaram esse novo estilo aos “godos” (povo bárbaro de origem germânica que
invadiu o Império Romano e causou grandes destruições). Com o passar do tempo,
o nome gótico ficou definitivamente relacionado à arquitetura de arcos ogivais.
O gótico se
originou na França e se espalhou por várias regiões. A primeira manifestação
gótica ocorreu ao norte de Paris com a reconstrução de abadia de Saint-Denis
(1140 – 1144).
Abadia de Saint-Denis (1140 – 1144).https://pt.wikipedia.org/wiki/Bas%C3%ADlica_de_Saint-Denis |
A Arquitetura Gótica
Conheço
algumas características das construções góticas:
A fachada: A igreja gótica apresenta três portais. No portal
central há uma rosácea (vitral circular), presente em quase todas as igrejas
construídas entre os séculos XII e XIV.
Fachada da Catedral de Notre-Dame https://es.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Notre_Dame_(Par%C3%ADs) |
Os arcos: o arco ogival que apresenta uma
quebra em sua parte superior, possibilitou a construção de igrejas mais altas,
acentuando a impressão de verticalidade.
Vista Interna da Catedral de Salisbury https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Salisbury#/media/File:1023581-Cathedral_Church_of_St_Mary_(10).jpg |
As abóbadas: a utilização de arcos ogivais
permitiu a construção de abóbadas de nervuras nas igrejas góticas,
substituindo, assim, as abóbadas de berço e de arestas usadas na arquitetura
românica.
Os pilares: nas igrejas góticas, as abóbadas
eram apoiadas nos pilares ou colunas de sustentação. Com a utilização desse
novo tipo de apoio, as grossas paredes e pequenas janelas da arquitetura
românica desapareceram e deram lugar a paredes mais leves e grandes vitrais,
que proporcionaram uma iluminação peculiar à igreja gótica.
Vista Interna da Catedral de Salisbury https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Salisbury #/media/File:Catedral_de_Salisbury,_Salisbury,_Inglaterra,_2014-08-12,_DD_38-40_HDR.JPG |
A
arquitetura gótica esteve presente na construção civil, consequência lógica do
desenvolvimento das cidades.
Podemos
observar o estilo gótico nas mais diversas edificações entre os séculos XIII e
XV.
A Escultura
Assim como a
escultura românica, também a gótica estava ligada a arquitetura. As figuras
eram grandemente esculpidas de forma isolada, ao contrário das românicas,
aglomeradas e entrelaçadas.
As figuras
fantasiosas e desproporcionais do estilo românico foram substituídas por
figuras mais realistas que retratavam os valores mais importantes daquela
época. Elas eram mais eretas e acompanhavam a verticalidades da arquitetura
gótica. Contudo, o tema principal continuou sendo religioso.
Detalhe do portal da catedral de Chartres https://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura_do_g%C3%B3tico#/media/File:Chartres2006_077.j |
Portal da catedral de Notre-Dame https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Notre-Dame_de_Paris#/media/File:Paris_July_2011-39.jpg |
A Pintura Gótica
Em relação a arquitetura e a escultura, a pintura gótica teve seu nascimento tardio. As primeiras configurações góticas se deram no século XIII e predominâncias até o século XV. As principais características da pintura góticas foram:
Profundidade: diferentemente da pintura românica
onde a cena acontecia num único plano, a pintura gótica procurava dar algum
movimento as figuras através da postura dos corpos e das paisagens de fundo.
Porem, a ilusão de profundidade só se realizou plenamente no movimento que
procedeu o gótico: o Renascimento.
Crucificação - Giotto https://hav320142.files.wordpress.com/2014/10/giotto-di-bondone-crucifix-3-s.jp |
Realismo: as figuras são representadas de
forma mais detalhadas e realista. O artista tenta reproduzir os seres
exatamente como eles são. Contudo, isso só foi possível no Renascimento através
dos estudos de anatomia quando a dissecação de cadáveres foi permitida, ante
proibição pela igreja.
Fonte:
CALABRIA, Carla Paula Brondi. Arte, História e Produção 2. São Paulo.
FTD, 1997.
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